quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O universo em que escrevo

Na maioria das vezes escrevo em primeira pessoa, o que não significa necessariamente que é a minha pessoa que está ali diretamente exposta. É  evidente que a exposição existe, mas ela se dá indiretamente através da técnica pessoal que venho construindo para retratar o sentimento humano de uma forma relativamente convincente, poética e clara.
Um dos temas que prefiro é o universo feminino. Gosto dele pela multiplicidade de mulheres que verdadeiramente existem neste mundo. É fato que não é um dos temas mais fáceis, afinal o enxergar de uma mulher o feminino tem que se transformar em um exercício limpo e desprovido totalmente de defesas de genero para ser verdadeiro. Tenho que dizer e ponto. A voz e o debate não me cabem, é do leitor. É ele quem justa ou injustamente absolve o personagem da sua dor.
Não imponho idéias. Exponho observações que faço da vida  e as transformo em pessoas imaginárias que através da minha ótica ganham forma, voz e vida própria.
É fato que escrever sobre o universo feminino é algo delicado e merecedor de uma enormidade de cuidados, mas não me abalo. Me sinto imensamente confortavel tanto por ser mulher e falar de um tema que é tão próximo e palpável quanto pela facilidade com que me entrego ao sacrificio de me deixar ser dominada enquanto escrevo pela personalidade complexa e intensa das minhas personagens.

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