sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A dois

Eles se silenciavam alheios as razões em um universo pessoal com a mais total e plena ausência de palavras. O que o silêncio abriga as vezes o verbo mata. Tempo que não ousava movimentar um fragmento sequer da vida que estática loucamente se agitava através dos olhos que se entrelaçavam além das possibilidades mais poéticas e inesperadas. Quando a poesia atinge o coração dispara. Nada poderia perfurar a razão com mira mais exata. Sangravam em versos sem voz que inebriavam. Entorpecimento da alma. Versos de nada. Poesia evaporada.
Uma história a dois nunca está contada.

2 comentários:

  1. Que lindo!! Realmente, o silêncio fala muito mais do que as palavras, principalmente qd os olhos se encontram e não há necessidade de verbalizar nada, pq a voz do coração é inaudível para os ouvidos, mas ultrapassa qualquer fronteira de entendimento e atinge sempre seu objetivo. Uma história a dois guarda sempre um ritual secreto. Parabéns, Mônica! Bjos!

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  2. Muito bonito, mesmo. Gostei do que vc escreve- tb escrevo, menos poético,mais duro.
    Bj Laura

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